Mineira de Belo Horizonte, Maria do Carmo desde cedo participou de processos de
mobilização social, nesta época ainda ligada a juventude católica em Minas Gerais. Em 1962 se casou com Juares de Brito, companheiro de luta, e colega na faculdade de ciência sociais da UFMG. No golpe de 1964, integrava a POLOP (Política operária) junto com Juares, que acabou sendo preso em Recife, após a sua libertação, a família se muda para o Rio de Janeiro.
Maria do Carmo assume a identidade da irmã Magda, falecida ainda na infância,
continua sua graduação em ciências sociais na Universidade Federal Fluminense e trabalha na enciclopédia Larrouse dirigida por Antônio Houaiss e tendo como colegas figuras como Paulo
Francis e Otto Maria Carpeaux.
Maria e Juares continuam na militância dentro da POLOP até o
final de 1967, quando junto com outros companheiros fundam o COLINA (Comando da Libertação Nacional) que tem forte base em Belo horizonte e no Rio de Janeiro. No início de 1969 se fundem com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e dando origem a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares).
Nesse momento, Maria do Carmo já exerce grande papel de liderança dentro da organização, e participa junto com Juares da elaboração da que ficou conhecida como a maior ação de expropriação financeira já executada por uma organização guerrilheira no mundo, o roubo do “cofre do Adhemar” (Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo, do slogan “rouba, mas faz”).
Depois da ação a VAR-Palmares se divide, dando origem a nova VPR, comandada por uma tríplice composta por Maria do Carmo Brito, Ladislas Dowbor e Carlos Lamarca. Maria do Carmo se torna a primeira mulher a ser uma organização guerrilheira na America Latina.
Em abril de 1970, Maria do Carmo e Juares são emboscados pela polícia no Rio de janeiro, ele é morto e ela é levada a prisão. Após três meses no cárcere sendo barbaramente torturada, Maria do Carmo é banida do país, junto com outros 39 companheiros trocados pelo embaixador da Alemanha, que recebem asilo político na Argélia...
No próximo post a segunda parte desta breve biografia de Maria do Carmo Brito
Juares Brito, marido de Maria do Carmo, era filho do tio Jaime, irmão de meu avô Álvaro Ferreira de Brito
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